O PARADIGMA DA UFOLOGIA.

À margem das disciplinas acadêmicas, a ufologia busca seu espaço e discretamente empurra as portas da ciência. Seguindo a seu modo, a Ufologia sopra como um novo vento na ciência. Redes de investigadores privados, associações, conferências, produções culturais ou pesquisas de campo se multiplicam e são organizadas de forma participativa.

 São colecionados testemunhos que vêm do mundo inteiro e a cada dia as especulações fazem bons progressos. Apesar da falta de evidência, a curiosidade humana sobre a hipótese extraterrestre é afiada, mas a recusa institucional do fenômeno OVNI, não alcança a determinação destes investigadores escondidos que são os ufólogos.

Abandonando qualquer negativismo, o autor, sociólogo, agarra os postulados da Ufologia e tenta entender suas relações, por um lado a lógica do conhecimento, e do outro a dinâmica social. Além dos blocos e das resistências que limitaram o acesso desta disciplina à legitimidade, o que é importante permanece na direção principal e segue seu caminho para dar alento ao espírito da população durante estas últimas décadas, e não o fato que é declarado como verdadeiro ou falso.

A ufologia afirma a si própria, e sua presença obstinada opera um desafio às autoridades estabelecidas que debilitam o imperialismo do velho conhecimento. É aconselhável agarrar esta realidade social para elucidar bem a base. Reprimir a Ufologia na base de uma crítica ou desacreditar em seu posicionamento, não justifica por outro lado se levar em conta a quantidade ou qualidade da testemunha dos fenômenos não terrestres no mundo, não nos leva a algo construtivo.

Este tema não visa à persuasão do leitor sobre existência do fenômeno OVNI, mas sim de colocar esta possibilidade em relação a uma coerência da sociedade. Se a pessoa acredita ou não que os OVNI existem é secundário, e é uma questão de escolha pessoal. Por outro lado, as pessoas não podem negar da relevância epistemológica da Ufologia que guia nossa consciência coletiva para perguntas científicas, sociais e filosóficas e questiona o que nós precisamos para nossa evolução, talvez até mesmo para nossa sobrevivência

CUB • Por Sylvie Joubert, Doutor de Sociologia
Tradução: Milton Dino Frank Junior