Muitos de nós seres humanos, temos a tola tendência em acreditar sermos o “umbigo do Universo”.
C. S. Lewis comentou certa vez que a existência de Deus é muito mais que uma questão meramente interessante. Afinal, se Deus não existe, não há nenhuma razão para nos interessarmos por ele. Mas se existe, nosso maior objetivo de vida é nos relacionarmos com este ser do qual depende nossa existência.
Muitos consideram o assunto irrelevante. Quem pensa assim demonstra que não refletiu seriamente sobre o problema. Até mesmo filósofos ateístas como Sartre e Camus admitiram que a existência de Deus é importante para a humanidade.
Alguma vez você se perguntou de onde surgiu o universo? Por que existe algo ao invés de nada?Qual seu lugar no Universo?
Galáxias incontáveis e seus bilhões de astros (só a Via Láctea tem 100 bilhões de estrelas). Buracos negros misteriosos, cuja força gravitacional devora até a luz. Corpos celestes situados a distâncias colossais, só vencidas pela luz, em sua viagem a 300000 quilômetros por segundo, após 11 bilhões de anos de existência.
Nuvens de gases, asteroides flutuando a esmo. O universo visível é enorme, mas as equações dos físicos e cosmologistas não deixam dúvidas: o que vemos é só uma amostra do cosmo, cerca de 5% de sua massa.
A vastidão dos céus está preenchida fundamentalmente pela chamada matéria escura, espécie de fluido invisível que se esparrama pelo espaço, e pela energia escura, por enquanto só atestada pela matemática dos astrofísicos, com base em certos fenômenos no espaço intergalático.
“O universo é fantástico”, diz o astrônomo inglês Martin Rees. “E talvez inexplicável”, acrescenta. Diante de cenário tão eloquente, no entanto, é impossível calar a velha pergunta. De onde veio tudo isso? Em que útero ancestral todas as coisas foram geradas?
De onde veio o universo? A resposta de Alan Guth é rápida: do nada, do zero. As primeiras partículas teriam surgido de uma simples flutuação de vácuo, processo de alteração de um campo elétrico que a física clássica desconhecia, mas que a mecânica quântica, nascida no século passado, acabou por revelar aos estudiosos da intimidade subatômica.
Segundo essa conjetura – conhecida como teoria do universo inflacionário –, as partículas primordiais emergiram do vazio e expandiram-se a uma velocidade espantosa em bilionésimos de segundo, formando assim a aglomeração que seria em seguida fragmentada na grande explosão.
A teoria não contradiz nem substitui a já tradicional explicação do Big Bang. Completa-a. Na prática, fornece o início a partir do qual os partidários do modelo do bang assumem e podem continuar, uma das razões de sua larga aceitação entre físicos e cosmologistas.
Quando afirma que o universo nasceu do nada, Guth não quer dizer que a matéria tomou forma a partir de algo que não existia. Para um físico quântico, o vazio é sempre alguma coisa. Trata-se de uma situação onde não há espaço nem matéria, apenas energia de alta freqüência.
Pelas leis da relatividade e da mecânica quântica, essa energia pode ser convertida em matéria sob condições incertas e incontroláveis, como é o caso da súbita variação de um campo elétrico ou flutuação de vácuo.
É exatamente isso o que teria ocorrido na circunstância que antecedeu o surgimento do universo, há cerca de 15 bilhões de anos.
Em um mar de energia repleto de partículas virtuais, que precedeu o espaço e o tempo, as primeiras partículas se materializaram provavelmente por meio de um tunelamento quântico, processo no qual o colapso da onda energética suscita a formação de partículas, de matéria.
A cosmologia não é uma ciência estática e constantemente tem superado idéias que pareciam inabaláveis no passado, fato que se justifica, em parte, pelo próprio objeto de seu estudo – a imensidão do universo – e a limitação para testar em laboratório suas teorias.
No entanto, físicos teóricos e matemáticos vêm tentando, nas últimas quatro décadas, romper essa barreira com hipóteses audaciosas que aproximam a física e a cosmologia das ilações filosóficas e até religiosas (o conceito de formação de matéria por flutuação de vácuo, aliás, lembra o vazio dos budistas, o útero transcendental onde tudo é gerado e para onde tudo retorna).
Na mecânica quântica o universo parece emergir como um lugar extremamente interativo, pelo menos em seus níveis fundamentais.
Físicos renomados, como Andrei Linde, chegam a considerar que uma "Teoria de Tudo" jamais será estabelecida com sucesso sem levar em conta a interação entre a realidade e o observador e mesmo a presença de uma consciência como fator de construção do universo.
Assim como a "Teoria de Tudo", a teoria das cordas demonstra que existem vários universos.
Segundo essa teoria, nosso próprio universo é como uma bolha que existe lado a lado de universos paralelos semelhantes.
Ao contrário da "Teoria de Tudo", a teoria das cordas supõe que esses universos podem entrar em contato entre si. Ela afirma que a gravidade pode fluir entre esses universos paralelos.
Einstein não viveu o bastante para ver sua busca pela Teoria do Tudo ser adotada por outros. Então, se a teoria das cordas estiver certa, Einstein ainda está vivo em um universo paralelo. Talvez, nesse universo, os físicos já tenham encontrado a Teoria do Tudo.
Graça à extraordinária precisão do telescópio Planck, pesquisadores de toda a Europa desenvolveram um completíssimo mapa do cosmos pela Agência Espacial Europeia.
Este mapa, feito com a radiação cósmica de microondas detectadas (uma grande concentração de radiação na parte sul do Universo, junto a um ponto frio), demonstra que nosso Universo não está sozinho e não é o único. Seria como se cada região fosse um pequeno universo. E esse tipo de situação com vários pequenos universos sem contatos entre eles, se dá o nome de multiverso.
De acordo com este estudo, nós vivemos em um multi-universo, em que o nosso se mantem "puxado" pela força da gravidade exercida pelos outros universos que o rodeiam.
Esta existência simultânea de universos paralelos - que obriga a dar um outro rumo às ideias sobre o infinito que existem até agora - pode ser uma surpresa para muitos, mas ela já era defendida por alguns grupos de cientistas.
O que provavelmente não se esperava era que a ciência contasse desde já com a tecnologia necessária para comprovar essa teoria.
A aventura de decifrar o cosmo está longe de acabar e talvez nunca tenha fim. O consolo é que ela é uma das mais fascinantes da ciência – a investigação encanta mesmo quando as respostas estão distantes.
Quantos universos existem?
O fato de ninguém saber a resposta a esta pergunta é o que a torna tão excitante. A história da física tem sido de uma compreensão cada vez maior sobre a escala da realidade, ao ponto onde os físicos estão agora postulando que podem haver muito mais universos do que apenas o nosso próprio.
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