Um dos mistérios arqueológicos mais estranhos do mundo, e um dos mais conhecidos, refere-se as esferas de pedra encontradas no Delta de Diquis, Costa Rica. Foram encontradas centenas dessas curiosas esferas de rocha, com tamanhos variando de poucos centímetros até mais de dois metros de diâmetro, sendo que algumas delas chegam a pesar 16 toneladas. Essas curiosas esculturas monolíticas (confeccionadas a partir de uma única rocha) são objeto de estudo ao longo de muitos anos. Essas estruturas tem causado grande controvérsia no meio científico e gerado uma enormidade de teorias, e na última semana uma nova descoberta voltou a colocar as esferas da Costa Rica em pauta nas discussões dos grupos de estudiosos que defendem teorias dos Deuses Astronautas.
A descoberta dessas estranhas estruturas de pedra aconteceu, assim como muitas outras descobertas, graças a uma coincidência. No ano de 1930 uma doença atingiu as plantações de banana na costa caribenha da Costa Rica, na região de Porto Limón. A empresa responsável pelo cultivo e exportação da fruta no país, a United Fruit Company, decidiu migrar a plantação para a costa do Pacífico, próximo ao Vale do Diquis, onde o solo e as condições climáticas pareciam favorecer o cultivo da fruta. A medida que a empresa promovia escavações e derrubada da floresta no início dos anos 40, para nesses lugares iniciar a plantação, estranhas esferas de pedra começaram a brotar do solo.
Os trabalhadores da companhia responsável pelos bananais, motivados por antigas lendas locais, passaram a perfurar as esferas com furadeiras, e introduzindo dinamites no seu interior, para poder “abrir” as mesmas, pois eles acreditavam que no seu interior pudessem encontrar pedras preciosas e ouro. Dezenas de esferas foram dinamitadas nesse processo, até que as autoridades tomassem conhecimento do assunto e passassem a coibir tais atos, protegendo assim os estranhos achados. Algumas dessas esferas destruídas foram recompostas e agora são exibidas no Museu Nacional, em San José.
A origem
A maioria dos arqueólogos acreditam que a possível origem das esferas possa ser as Montanhas Talamanca, sendo que elas foram “roladas” de lá para diferentes lugares. Estranhamente nenhuma esfera inacabada foi encontrada. As pedras costa-riquenhas foram encontradas em locais que distam até 92 km da pedreira mais próxima, assim como ocorre em muitos outros casos de antigas estruturas de pedra ao redor do mundo.
As rochas esféricas são originalmente encontradas no Delta do Rio Terraba, também conhecido como Sierpe, Diquis e Rio Geral, próximo da cidade de Palmar do Sul e Palmar do Norte. As esferas são conhecidas desde o Vale Estrela no extremo norte até o extremo sul na boca do Rio Coto Colorado. Elas tem sido encontradas perto do Golfito e na Ilha do Caco. Desde o tempo de seu descobrimento, esses objetos foram utilizadas como ornamentos de gramados. Elas eram transportadas primariamente de trem, por toda a Costa Rica. Estão agora espalhadas por todo o país. Existem duas esferas em exposição ao público nos EUA. Uma está no Museu da Sociedade Geográfica Nacional, em Washington D.C. A outra está no Museu Peabody de Arqueologia e Etnografia da Universidade de Harvard, em Cambridge, Massachusetts, nos Estados Unidos.
Tipo de rocha usada na confecção
Granodiorita é uma rocha ígnea intrusiva, semelhante ao granito, contendo mais plagioclase que feldspato de potássio. Normalmente contém altas concentrações de mica biotita e hornblenda conferindo-lhe uma aparência mais escura que o granito.
Construtores
Não se sabe ao certo quem as construiu. Provavelmente foram feitas pelos ancestrais dos povos nativos que falam a língua Chibchan, relacionados com os indígenas da parte norte da Colômbia e da parte oriental de Honduras. Algumas foram encontradas ao lado de cerâmicas provenientes da cultura Aguas Buenas (de 200 a.C. a 800 d.C.). Outras foram encontradas em locais de sepultamento que continham ornamentos de ouro datados de 1000 d.C.
Muito pouco sabe-se de concreto sobre o método empregado na confecção e polimento dessas enigmáticas estruturas de rocha. Que ferramentas foram utilizadas na construção, raspagem e polimento? Teriam sido utilizadas ferramentas feitas da própria granodiorita ou feitas de metais? Serviam a um propósito ritual, estavam ligadas a alguma crença? Eram objetos meramente decorativos ou estavam conectados a alguma atividade específica? Até os dias de hoje, essas são perguntas sem respostas satisfatórias e de aceitação unânime.
Estranhos alinhamentos
Muitas das esferas, quando foram descobertas, pareciam formar alinhamentos com outras esferas, constituindo linhas retas, curvas, triângulos e até paralelogramos. Algumas dessas rochas formavam grupos sobre pequenos montes elevados orientados com o campo geomagnético.
Teorias para a existência das esferas
Existem muitas suposições e especulações acerca das origens e usos dessas bolas de pedra. Uns dizem que elas são produtos da Civilização da Atlântida ou que são objetos ressonantes empregados por seres extra terrestres. Outros afirmam que eram alinhadas ao campo magnético da Terra, demonstrando que foram feitas por pessoas que conheciam os fenômenos magnéticos. Existem aqueles que defendem que as esferas serviam a objetivos de navegação, marítima ou aérea, alinhadas para a Ilha de Páscoa ou Stonehenge.
No programa, “Alienígenas do Passado” do History Channel, foi levantada a hipótese de que essas esferas fossem “balas de canhão” feitas de pedras e usadas por uma raça seres extraterrestres em uma guerra com uma raça rival. Esse conflito teria acontecido no planeta terra e outros locais misteriosos da terra seriam apontados como fontes de indícios para essa teoria, como por exemplo, o Vale da Morte na Rússia (clique AQUI para ler).
Acredita-se que sejam esferas perfeitas em suas formas. Segundo medidas efetuadas com aparelhagem LASER por pesquisadores da Universidade de Pennsylvânia, as esferas são 96% perfeitas. Entretanto, têm a superfície surpreendentemente uniforme. Diferentes pesquisadores empregaram vários métodos para a determinação da esfericidade desses objetos. Uma variação de até 5 cm. (50 mm) foi observada em diversas esferas. Podemos, entretanto, tomar a referência do Dr. Samuel Lothrop do Peabody Museum, da Universidade de Harvard, que pesquisou as esferas da Costa Rica e para quem elas têm uma esfericidade tão uniforme que apresentam imperfeições “muito pequenas para serem detectadas a olho” e acrescenta “As bolas maiores eram produtos do mais refinado artesanato e elas eram tão perfeitas que diferentes medidas de seus diâmetros, não revelavam qualquer imperfeição”.
A falta de preservação dificulta a resolução do mistério
Quase todas foram removidas de seus locais originais, perdendo-se, assim, informações acerca do contexto arqueológico em que se encontravam e sobre possíveis alinhamentos. Muitas esferas, situadas em áreas de atividades agrícola foram avariadas por queimadas periódicas, causando o enfraquecimento de suas superfícies, destruindo seus polimentos e fazendo-as rachar em lascas e fissuras, perdendo a esfericidade, num processo de erosão induzida pela ação do homem. Algumas esferas foram feitas rolar para ravinas e gargantas entre as montanhas e outras, na Ilha de Caño, foram empurradas para dentro do mar. Algumas foram destruídas por agricultores insatisfeitos com a proibição do governo de atividades produtivas nessas áreas, para preservação dos locais onde estavam, enquanto um grande número atualmente decoram jardins de prédios governamentais como a Assembléia Legislativa, museus, hospitais, escolas, universidades ou decoram os jardins nas mansões de pessoas ricas e poderosas, conferindo-lhes status.
Muito se tem acusado o meio arqueológico de total indiferença em relação às Esferas de Pedra da Costa Rica. Todavia, não é este o caso. O primeiro estudo acadêmico sobre o tema foi elaborado pela arqueóloga Doris Stone imediatamente após o descobrimento das esferas. Seus estudos foram publicados em 1943 no American Antiquity, o principal jornal acadêmico sobre arqueologia, nos Estados Unidos. Nesse período temos os importantes estudos do Dr. Samuel Lothrop. Pesquisas adicionais foram efetuadas pelo arqueólogo Matthew Stirling e publicadas na prestigiosa National Geographic em 1969. Ao final da década de 1970, pesquisas arqueológicas na Ilha de Caño (publicadas em 1986) revelaram esferas em campo aberto.
Embora não exista uma total indiferença dos especialistas sobre este fenômeno, podemos verificar, entretanto, uma certa distância do assunto. Sempre que uma descoberta desafie conceitos estabelecidos ou não endosse a opinião comumente aceita, o assunto é um tanto deixado de lado, pelo evidente desconforto que causa. Este parece ser o caso em relação às esferas de pedra da Costa Rica. Ao não se saber o que elas realmente signifiquem, nem quem as construiu, ou para que serviam, melhor não se ocupar completamente do fenômeno, como se fosse um tema árido, sem interesse. O fato é que neste caso, há um tremendo desafio que tomaria muito tempo em pesquisa e reflexão, para se chegar a resultados interessantes.
Arqueólogos costa-riquenhos tentam descobrir a origem e o uso das famosas esferas de pedra, algumas delas de até 16 toneladas, e que se encontram espalhadas pelo delta do Diquis, no sudeste da Costa Rica.
“Estamos às cegas: os (conquistadores) espanhóis não relataram as esferas e os grupos indígenas não deixaram nenhuma pista”, disse o diretor do Museu Nacional da Costa Rica, Francisco Corrales Ulloa.
As teorias alternativas ganham novos argumentos
As esferas de pedra da Costa Rica foram objeto de especulações desde a publicação de “Eram os Deuses Astronautas” por Erich von Däniken em 1971. Mais recentemente, elas ganharam atenção renovada como resultado de livros como “Atlantis in America: Navigators of the Ancient World” por Ivar Zapp e George Erikson (Adventures Unlimited Press, 1998), e “The Atlantis Blueprint: Unlocking the Ancient Mysteries of a Long-Lost Civilization”, por Colin Wilson e Rand Flem-Ath (Delacorte Press, 2001). Estes autores apareceram teorias alternativas para a origem e utilidade dessas esferas de pedra, porém a arqueologia tradicional e a ciência em geral costuma chamar eles de pseudo-cientistas e até de lunáticos, por postularem teorias alternativas para certos assunto que a ciência convencional parece não conseguir explicar.
Recentemente esse grupo alternativo de estudiosos ganhou um novo argumento para essa constante discussão. Como eu já havia mencionado mais acima, uma das teorias era de que extraterrestres tivessem criado tais esferas, onde algumas podem chegar a casa dos 2 metros de diâmetro enquanto outras não passariam de apenas alguns centímetros.
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