Um satélite, sozinho no espaço, realiza pequenas mudanças de rotina na inclinação das lentes de seu telescópio e, com isso, vê ainda mais longe e com mais definição nos confins do universo observável. Esse telescópio, em específico, tem, entre outras, a nobre missão de procurar por planetas habitáveis- planetas cujas condições atmosféricas, geológicas e climáticas sejam suficientemente semelhantes às terrestre para que o planeta possa abrigar vida. Surpreendentemente, o nosso solitário amigo composto de alguns quilos da mais pura alta tecnologia, vem cumprindo a cabo a missão de comprovar que, muito provavelmente, não estamos sozinhos no cosmos. Esse e outros telescópios já descobriram dezenas de planetas com as condições corretas para suportar a vida. Os fatores são diversos. O principal é a distância do planeta em relação à estrela. E disso pode depender muitas outras condições extremamente relevantes: presença de água líquida na superfície, existência de uma atmosfera espessa, etc.
Enrico Fermi, um dos muitos físicos erradicados da Europa para o EUA durante o fascismo e responsável pela criação do primeiro reator nuclear, era famoso pela sua simplicidade ao abordar questão complexa e pela sua capacidade de produzir estimativas precisas com cálculos simples para problemas que exigiam Matemática muito mais avançada e difícil. Durante um dos primeiros testes da bomba atômica. Fermi foi capaz de estimar, com um erro menor que uma ordem de grandeza, a potência da bomba baseando-se apenas no deslocamento de pedaços de papel que jogara ao ar quando o vento produzido pela explosão o atingira. O físico, acompanhado por outros colegas, também realizou diversas estimativas sobre a existência de extraterrestres e a probabilidade de um encontro com eles e concluiu que esse encontro era provável o suficiente para já ter ocorrido. Neste dia, Fermi indagou: "Onde estão eles?" e colocou em cálculo e em palavras pela primeira vez, o que ficou conhecido como o Paradoxo de Fermi: a aparente inexistente de extraterrestres mesmo com a alta probabilidade da sua existência. Cálculos mais adiantados revelaram que uma civilização um pouco mais avançada que a nossa poderia coloniza a Galáxia em alguns milhões de anos e, como as condições para a emergência de vida como a nossa na Galáxia existe há muito mais tempo que isso, a Galáxia já deveria estar colonizada: fato refutado pela total ausência de evidências direitas em favor da existência de outras civilizações na galáxia. A recente descoberta de dezenas de planetas habitável torna ainda mais gritante esse paradoxo.
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