Os cientistas já argumentaram que nossa galáxia deve ter outras civilizações, mas outros dizem que a vida inteligente foi apenas uma questão de oportunidade. As chances de encontra-los são muitas, desde que procurem nos lugares certos.
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Há quase 20 anos, nas páginas de uma publicação obscura chamada Bioastronomy News, dois gigantes da ciência argumentavam se o Instituto SETI - Search for Extraterrestrial Intelligence (Procura por Inteligência Extraterrestre) tinha alguma chance de obter sucesso. Carl Sagan, eloquente como nunca, deu sua resposta padrão. Com bilhões de estrelas em nossa galáxia, deve haver outras civilizações capazes de transmitir ondas eletromagnéticas. Através de varreduras do céu com rádio telescópios, poderemos interceptar um sinal.
Mas o oponente de Sagan, o grande biólogo evolucionário Ernst Mayr, achava que as chances eram perto de zero. Contra os bilhões estelares de Sagan, ele colocou seus próprios números astronômicos:
Dos bilhões de espécies que viveram e morreram desde que a vida começou, somente uma - o Homo Sapiens - tinha desenvolvido a ciência, a tecnologia e a curiosidade de explorar as estrelas. E para isso, demorou 2,5 bilhões de anos de evolução. Mayr concluiu que a alta inteligência deve ser extremamente rara, aqui ou em qualquer lugar. A forma de vida mais abundante na Terra é unicelular.
Desde o debate com Sagan, mais de 1700 planetas foram descobertos além do nosso Sistema Solar - 700 só este ano. Recentemente, os astrônomos estimaram que uma em cada estrela similar ao Sol, na Via Láctea, poderia ser orbitada por um mundo capaz de suportar algum tipo de vida. Isto é, aproximadamente 40 bilhões de habitats em potencial.
Mas Mayr, que morreu em 2005 com 100 anos de idade, provavelmente não ficaria impressionado. Pelos seus cálculos, as chances ainda seriam muito baixas para qualquer coisa além de mundos com lama unicelular. [De acordo com a ciência] nenhuma evidência ainda surgiu para prová-lo errado.
Talvez não estejamos olhando o suficiente. Desde que o SETI começou no início da década de 1960, ele tem tido problemas monetários para monitorar até mesmo uma fração do céu. Numa dissertação online, Seth Shostak, astrônomo sênior do Instituto SETI, lamentou o pouco financiamento que foi alocado para a tarefa - uma fração do orçamento da NASA.
“Se você não apostar”, ele escreveu,“você nunca vai acertar a loteria. E isso é uma questão de vontade.”
Já faz mais de 3,5 bilhões de anos desde que a primeira vida unicelular surgiu, e levou outros bilhões de anos, aproximadamente, para algumas dessas células evoluírem e se unirem de forma simbiótica para formarem organismos multicelulares primitivos. Estas colmeias bioquímicas, através de mutações aleatórias e de explorações cegas de evolução, eventualmente acabaram criando seres com a habilidade de lembrar, antecipar e - pelo menos no caso dos humanos - pensar sobre o significado de tudo.
É o acerto da loteria muitas vezes em seguida.
Todo o passo foi uma questão de casualidade, como a combinação arbitrária dos números 3, 12, 31, 34, 51 e 24, que deu a um vencedor da Powerball (loteria dos EUA) um prêmio de US$ 90 milhões este mês.
De acordo com o site da Powerball, as chances de ganhar o fabuloso prêmio era de aproximadamente 175 milhões para uma. O surgimento de uma inteligência como a humana, como Mayr enxergava, era tão provável quanto o vencedor do Powerball ficar comprando bilhetes de loteria e, jogo após jogo, acertar o prêmio seguidamente. Uma improbabilidade empilhada em cima de outra, criando um evento incrivelmente raro de ocorrer.
No livro “Wonderful Life” (‘Vida Maravilhosa’ - título de tradução livre), Stephen Jay Gould celebra o que ele viu como a improbabilidade da nossa existência. Ele arriscou dizer que se uma criatura rastejante chamada Pikaia gracielens não tivesse sobrevivido a extinção Cambriana, que ocorreu há aproximadamente um bilhão de anos, toda a disposição chamada de Chordata (Cordados), que inclui a nós, vertebrados, poderia não ter existido.
Para Gould, o fato de qualquer uma de nossas espécies ancestrais poder facilmente ter sido erradicada deveria nos encher “com um novo tipo de espanto” e “um tremor pela improbabilidade do evento” - uma versão agnóstica de uma epifania.
“Chegamos muito próximos, milhares e milhares de vezes, de sermos erradicados pela mudança de direção da história em direção a outro rumo sensível”, ele escreveu. “Faça um replay da fita milhões de vezes”, ele propôs, “e eu duvido que qualquer coisa similar ao Homo Sapiens teria evoluído novamente. É, na verdade, uma vida maravilhosa.”
Em “Five Billion Years of Solitude” (Cinco Bilhões de Anos de Solidão - titulo tradução), o escritor Lee Billings visita Frank Drake, um dos pioneiros do SETI.
“Bem, neste momento pode haver mensagens das estrelas voando através desta sala”, Drake disse a ele. “Através de você e de mim. E se tivéssemos o receptor correto, ajustado apropriadamente, poderíamos detectá-los. Eu ainda fico arrepiado em pensar sobre isso.”
Ele sabia que as chances de sintonizar na frequência certa, no local e hora certos, eram pequenas. Mas isso simplesmente significava que precisávamos expandir a procura.
“Temos jogado a loteria somente usando alguns poucos bilhetes”, disse ele.
E você, o que acha? Somos únicos em todo o Universo, ou estas ínfimas chances de que haja outras civilizações inteligentes lá fora, que são defendidas por alguns, podem ser superadas pelo incalculável número de ‘bilhetes de loteria’ chamado de ‘quantidade inimaginável de planetas’, ou até mesmo uma ‘força maior’ que conspira para com a diversidade de vida inteligente no Universo?
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Fonte: http://ovnihoje.com
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