Artigo de especialista revela que envolvimento da CIA em investigações foi omitido.
Um estudo do historiador e especialista em serviços de inteligência Gerald Haines revelou que nos últimos 50 anos a participação da Agência Central de Inteligência (CIA) em investigações de OVNIs foi omitida. No artigo “The CIA's Role in the Study of UFOs, 1947-90”, publicado recentemente no jornal semestral “Studies in Intelligence” (Vol. 1, 1997,pág, 67), da própria CIA, Haines revela que além da participação da Agência ter sido acobertada, a Força Aérea dos EUA mentiu nas explicações dadas a muitos fenômenos a fim de preservar informações sobre os projetos secretos dos aviões U-2 e SR-71.
O estudo baseou-se em documentos mantidos em segredo pela agência e que só vieram a público por causa da pressão dos ufólogos. Segundo Haines, a partir do início dos anos 50 a CIA assumiu o papel de monitoramento das pesquisas que já vinham sendo desenvolvidas pela Força Aérea desde 1948, quando os militares partiram da premissa de que os OVNIs poderiam ser verdadeiros. As ocorrências vinham sendo explicadas como fenômenos atmosféricos, ilusões de ótica, aeronaves convencionais, planetas, meteoros etc, mas uma parcela de dez por cento dos avistamentos não tinha explicação.
Em função das tensões provocadas pela Guerra Fria, a agência revisou os dados dos projetos Blue Book, Sign e Grudge, todos tendo como quartel general o Comando Material do Ar, na base da Força Aérea de Wright Patterson, em Dayton, no estado de Ohio. A preocupação da CIA era descobrir se os OVNIs representavam uma ameaça à segurança nacional.
Como havia uma parcela de avistamentos inexplicáveis, a CIA recomendou “a investigação de cada caso, uma vez que há a remota possibilidade de se tratar de espaçonaves interplanetárias”. O temor que se escondia nas ações da CIA era de que, em plena Guerra Fria, a União Sovietica pudesse tirar proveito do clima de histeria causado pelos OVNIs ou que os radares do sistema de defesa norte-americano pudessem ser saturados com ecos de objetos não identificados de maneira a não distinguir os alvos reais.
Em 1953, numa reunião do Conselho de Segurança Nacional, o governo concluiu que não havia nenhuma evidência de que os OVNIs pudessem se tratar de uma tecnologia extraterrestre ou uma ameaça à segurança nacional. Mesmo assim foi recomendada a continuidade do acompanhamento de relatos sobre objetos não identificados, além do monitoramento das entidades de pesquisa civis para apurar se tinham algum envolvimento com o governo da União Soviética.
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