Olhar para o céu é o passatempo de muitas pessoas ao redor do mundo, e não estamos falando de astronautas ou funcionários da NASA. Existem centenas de astrônomos amadores que dedicam várias de suas noites a observar os astros e estudar um pouco mais sobre o Universo.
Para esses amadores, alguns acontecimentos no céu são bem corriqueiros, como a passagem de satélites ou de meteoros. Porém, não é todo mundo que tem o costume de estudar mais a fundo o que acontece acima de nossas cabeças e, por isso, essas pessoas acabam cometendo alguns erros. Por mais simples que esses equívocos sejam, é sempre bom esclarecer para que eles não sejam passados para frente.
É verdade que dá para ver satélites artificiais a olho nu?
Sim, e eles parecem estrelas “correndo”. Com o telescópio é mais difícil ver um satélite artificial passando, pois além de eles cruzarem o céu a uma velocidade aparente considerável, com o telescópio você enxerga uma área menor da abóboda celeste, fazendo com que as chances de um objeto passar ali sejam pequenas.
Além dos satélites, também é possível ver a Estação Espacial Internacional e os ônibus espaciais passando. Existem sites como o Heavens-above.com que trazem a data e o horário em que alguns satélites e a ISS cruzarão o céu da sua região. Em fotografias de longa exposição, o objeto é registrado como um risco contínuo e forte, como na foto abaixo que registrou a passagem da Atlantis.
![](http://ibxk.com.br/2012/1/materias/70194572731121943.jpg?w=1040)
Existe estrela cadente?
Claro que existe, mas o nome correto é meteoro (ou meteorito). Trata-se de fragmentos de cometas e outras matérias que ficam vagando pelo espaço e são atraídos pela força gravitacional da Terra. Quando atinge a atmosfera do nosso planeta, os pequenos viajantes tornam-se incandescentes, dando origem ao efeito luminoso do meteoro. Em uma noite limpa e bem escura, é possível ver muitos meteoritos cruzando o céu; basta prestar atenção.
E por que a chuva de meteoros não “chove”?
As chamadas chuvas de meteoro acontecem quando há um aumento na quantidade de meteoritos cruzando o céu. Em uma noite comum, dentro de uma hora é possível ver cerca de cinco objetos do gênero. Nas chuvas, você consegue observar até doze meteoros em 60 minutos.
No verão é mais quente porque estamos mais perto do Sol?
Não! Esse erro é muito comum, mas o afélio (época em que a Terra está mais longe do Sol) e o periélio (quando o planeta está mais próximo do Sol) nada têm a ver com as estações do ano. É a inclinação da Terra que faz com que haja períodos quentes e frios em épocas diferentes para cada hemisfério.
Essa inclinação faz com que uma dada região receba menos radiação solar do que a outra. Isso interfere no clima do planeta e dá origem às quatro estações que conhecemos. O início de cada estação é definido por dois fenômenos astronômicos, chamados de “solstício” (para o verão e o inverno) e “equinócio” (para a primavera e o outono).
![](http://ibxk.com.br/2012/1/materias/70194572731122715.jpg?w=1040)
Todo cometa é visível a olho nu?
Não. Os cometas nada mais são do que bolas de gelo sujo que orbitam o Sol. Quando estão próximos à estrela principal do Sistema Solar, o núcleo do cometa é afetado pelo vento e pela radiação solar, fazendo com que a cauda se forme. Quando iluminada pelo Sol, essa cauda fica mais visível, mas nem sempre ela é grande o suficiente para que o objeto seja visto a olho nu.
Às vezes, um cometa pode passar por um súbito e grande jato de gás e poeira, fazendo com que sua cauda e coma aumentem de tamanho e ele possa ser visto da Terra. Em 2007, essa injeção de poeira pode ser vista no cometa Holmes.
![](http://ibxk.com.br/2012/1/materias/70194572731122441.jpg?w=1040)
(Fonte da imagem: Fernando Augusto Lopes Corrêa / Grupo Astronômico Nevoeiro)
As manchas solares são erupções no Sol?
Justamente o contrário. As manchas observadas na superfície do Sol são, na verdade, as regiões mais frias e de menor pressão da fotosfera do astro. Enquanto a superfície solar pode chegar aos 6.000 oC, na área das manchas a temperatura varia entre 1.500 oC e 2.000 oC. O surgimento dessas áreas frias está associado ao campo magnético da estrela.
Uma frustração comum: coloração dos planetas
O sentimento de frustração é muito comum ao olhar um planeta pela primeira vez em um telescópio amador. Normalmente as pessoas vão preparadas para ver o que as fotos mostram: cores vistosas e aumentos espetaculares. Sim, os planetas são coloridos, mas pelo telescópio elas aparecem mais fracas, dando a impressão que o astro está desbotado.
As imagens que você encontra na internet normalmente são tratadas com dezenas de filtros e efeitos para destacar algumas características dos planetas. Além disso, as fotos da NASA, por exemplo, são tiradas por telescópios muito mais potentes do que aqueles usados por astrônomos amadores.
![](http://ibxk.com.br/2012/1/materias/70194572731122228.jpg?w=1040)
Então como saber que você está vendo um planeta? A forma esférica do objeto não deixa dúvida de que se trata de um planeta. Além disso, alguns astros possuem características bem distintas, como os anéis de Saturno ou as faixas e luas de Júpiter.
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Agora que você já esclareceu algumas das dúvidas mais comuns para quem não tem a Astronomia como atividade cotidiana, conte para outras pessoas e ajude a acabar com alguns mitos populares.
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