Vénus, o segundo planeta do sistema solar na ordem das distâncias ao Sol, descreve uma órbita em torno deste em 224,7 dias, a uma distância média de 0,723 U.A. (1 U.A. - Unidade Astronómica - equivale a 1,496 x 108 km). A sua trajetória é aproximadamente circular (e = 0,0086) e é a mais baixa de todos os planetas. O plano da órbita faz um ângulo de 3º com a eclíptica. Este planeta é apelidado de "estrela da manhã" ou "estrela da tarde", por ser visível antes do nascer do Sol e após o ocaso, respetivamente. Tem um brilho aparente que é 10 vezes o de Sírio, o que o torna no astro mais brilhante a seguir ao Sol. O seu movimento de rotação tem um período de 243 dias no sentido inverso ao da Terra (sentido retrógrado).
A sua atmosfera muito densa é constituída por uma grande percentagem de dióxido de carbono (CO2) e algumas moléculas de azoto (N2). Contém, ainda, pequenas quantidades de água que permitem a formação de ácidos, como o ácido clorídrico (HCl) e o ácido sulfúrico (H2SO4), que formam nuvens corrosivas e espessas, que impedem a visibilidade da superfície do planeta. A pressão à sua superfície é a que encontramos a 1000 metros de profundidade nos oceanos terrestres.
Uma atmosfera assim densa concentra os raios solares, criando um efeito de estufa que origina temperaturas de cerca de 470 ºC à superfície, e, simultaneamente, reflete cerca de 98% da radiação solar incidente no planeta. Ventos fortes e tempestades são fenómenos correntes neste planeta. Vénus apresenta muitas semelhanças com a Terra, os dois planetas possuem: massa idêntica, volume aproximado, diâmetro igualmente próximo, densidades médias e campos gravíticos à superfície aproximados (embora ambos os valores sejam ligeiramente inferiores no caso de Vénus).
Com intervalos sucessivos de 121,5 e 105,5 anos, alternados com um período de 8 anos (...121,5 - 8 - 105,5 - 8 - 121,5 - 8 - ...), o planeta passa em frente ao Sol e dá-se aquilo a que se chama "trânsito": o planeta aparece projetado como uma mancha negra sobre o disco solar e, quando entra ou quando sai dele, a porção de Vénus exterior ao Sol vem rodeada por um halo produzido pela refração da luz solar nas camadas atmosféricas do planeta. Os trânsitos de Vénus ocorrem sempre em junho e dezembro, épocas em que os planos das órbitas da Terra e de Vénus se intersetam. O último ocorreu a 8 de junho de 2004, tendo sido visível em Portugal. O próximo a acontecer será a 5 de junho de 2012, mas não poderá ser visto no nosso país (irá ocorrer durante a noite). Prevê-se que o próximo trânsito visível em Portugal aconteça somente em 2117.
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