Um dos corpos celestes mais bonitos e misteriosos é a estrela Sirius, observada todos os anos com grande fervor pelos cientistas do Hemisfério Norte, onde ela brilha com maior intensidade, principalmente no Inverno.
Sirius é também responsável por um dos mistérios mais ricos e mais discutidos quando o assunto é as possíveis visitas de extraterrestres ao nosso planeta: o mistério dos dogons, tribo de indígenas que vive na África Ocidental. Na década de 40, os líderes dogons revelaram muito de seus conhecimentos tribais a dois antropólogos franceses que faziam estudos sobre esse povo.
No meio desses conhecimentos e lendas havia intrigantes referências a Sirius – não apenas à estrela visível, mas também a uma segunda estrela que existe nas suas redondezas e que ainda não havia sido estudada pela moderna astronomia.
Como poderiam os dogons, indígenas vivendo numa das regiões mais pobres da África, saber detalhes minuciosos sobre uma estrela ainda não bem conhecida pela tecnologia do homem dito civilizado?
Segundo as seculares lendas dos dogons, essa segunda estrela é composta de um material extremamente denso ("todos os seres humanos juntos não conseguiriam carregá-la", diz a tradição dogon), embora seja uma estrela muito pequena.
Além disso, segundo os dogons, essa segunda estrela, próxima a Sirius, teria uma órbita de 50 anos em volta da sua estrela-maior. Os antropólogos calculam que esse conhecimento faça parte da mitologia dos dogons durante vários séculos.
E o que mais intriga é que a pequena e densa estrela em volta de Sirius foi observada oficialmente pela primeira vez em 1862, pelo astrónomo Alvan Clark. Ele a observou ao telescópio e a catalogou.
Essa descoberta confirmou que os dogons falavam da pequena estrela séculos antes de ser vista através de um telescópio. Como isso é possível?
Esse intrigante mistério foi tema do livro "O Mistério de Sirius", lançado em 1976 por Robert Temple, um pesquisador e escritor inglês. A tese de Temple nesse livro é de que seres extraterrestres estiveram na Terra 5 mil anos atrás e nos revelaram muitos segredos da galáxia, entre eles as informações sobre a pequena estrela que gira ao redor de Sirius.
A comunidade científica ridicularizou Temple. Vários astrónomos conhecidos, entre eles o falecido Carl Sagan, apresentaram sua explicação. Segundo eles, missionários franceses visitaram intensamente os dogons na década de 20 e teriam transmitido essas informações aos indígenas africanos.
Essa explicação "científica" de Sagan e seus companheiros também não bateu muito bem, nem no mundo científico nem entre os mais crédulos na tese dos extraterrestres. Entre outras coisas, porque parece bastante difícil que missionários franceses possam ter falado com os dogons sobre uma pequena e densa estrela em volta de Sirius, inclusive com detalhes sobre sua órbita.
Não faria sentido missionários estarem falando sobre isso, não só por terem outros assuntos, relativos às suas missões, mas também pelo desnível cultural entre eles e os indígenas africanos.
Além disso, os dogons reafirmam que esse conhecimento tem muitos séculos, tendo sido transmitido de geração em geração. Além das informações sobre a pequena estrelas, os dogons dizem que seus antepassados vieram de lá.
E eles praticam, todos os anos, uma dança sagrada que conta a história dos ancestrais dogons vindos daquela estrela. O mais intrigante é que eles dançam com máscaras de palha que lembram as máscaras dos nossos astronautas.
Após a explicação de Sagan surgiram outras, todas elas mais difíceis de serem aceitas que o próprio mito dos dogons. Uma delas diz que no passado os dogons teriam uma visão extremamente apurada, que lhes havia permitido observar a pequena estrela a olho nu.
Além de infundada, essa versão não explica as informações sobre a densidade da estrela, sua órbita e as máscaras da dança dogon. Outra afirma que no passado os antigos egípcios teriam poderosos telescópios.
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