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quinta-feira, 13 de julho de 2017

Ninguém conhece melhor o espaço aéreo do que eles

Controlador de Tráfego Aéreo - Os verdadeiros ufólogos -  Local de trabalho dos Controladores de Tráfego Aéreo

Controlador de tráfego aéreo (também conhecido internacionalmente pelo acrônimo ATCO, do inglês Air Traffic Controller) é a pessoa encarregada de separar o tráfego de aeronaves no espaço aéreo e nos aeroportos de modo seguro, ordenado e rápido. Os controladores de tráfego aéreo trabalham emitindo autorizações aos pilotos, ou seja, dando instruções e informações necessárias dentro do espaço aéreo de sua jurisdição com o objetivo de prevenir colisões entre aeronaves e entre aeronaves e obstáculos nas imediações dos aeroportos. O controlador de tráfego aéreo é o elo do Sistema de Controle do Espaço Aéreo Brasileiro (SISCEAB) que faz a interface mais próxima a um acidente aeronáutico. Por isso seu trabalho é muito específico.

Antigamente havia a denominação "controlador de voo" a partir de cursos que levavam esse nome e que também existiam em outros países, mas com o tempo e com a crescente especialização dessa atividade, a denominação internacional "controlador de tráfego aéreo" é a tendência a ser utilizada.
No Brasil, os controladores de tráfego aéreo são formados em dois locais: os controladores civis são formados na cidade de São José dos Campos - SP, no ICEA - Instituto de Controle do Espaço Aéreo e os militares são formados na cidade de Guaratinguetá na EEAR - Escola de Especialistas da Aeronáutica. Ambas as instituições são da área de ensino da Força Aérea Brasileira - FAB.

Na maioria dos países signatários da Convenção de Chicago a atividade de controlador de tráfego aéreo é reconhecida como profissão. No Brasil, apesar da grande importância desta função, ainda não há o reconhecimento desta atividade como profissão, até porque ela é ainda desconhecida da sociedade em geral, que só veio tomar conhecimento de sua existência praticamente depois do acidente entre o Boeing da Gol Linhas Aéreas Inteligentes e o Embraer Legacy em 29 de setembro de 2006. Esta atividade torna-se cada vez mais complexa devido ao crescente número de aeronaves que cruzam o espaço aéreo e ao surgimento de aeronaves cada vez mais modernas e rápidas, as quais voam conjuntamente com outras mais antigas e lentas. Os controladores de tráfego aéreo necessitam de diversas habilidades para exercer, de maneira eficiente, o seu trabalho. Dentre outras, eles precisam das seguintes habilidades:

Controladores de Tráfego Aéreo - APP.

raciocínio rápido;

controle emocional;

raciocínio espacial;

capacidade de rápida adaptação às mudanças operacionais;

capacidade de atuar em grupo;

capacidade física e orgância para atuar seja dia ou noite.

Para se tornar controlador de tráfego aéreo, além das habilidades supracitadas, é necessário adquirir conhecimento,

dentre outras, nas seguintes áreas:

meteorologia;

navegação aérea;

geografia (relevo e acidentes geográficos da região);

língua inglesa;

reconhecimento e desempenho de aeronaves;

normas de tráfego aéreo.

O controlador de tráfego aéreo possui enorme grau de responsabilidade. Uma falha pode significar a perda simultânea de centenas de vidas. Dentre os serviços prestados pelo controlador às aeronaves, o serviço de Vetoração Radar é o que confere ao controlador o maior nível de responsabilidade. No ato da prestação deste serviço, o controlador literalmente assume a navegação da aeronave transmitindo instruções de velocidade, proa e altitudes a serem executadas pelo piloto.

Além da segurança dos passageiros e tripulantes, a atuação do controlador, seja adequada ou inadequada, pode significar, respectivamente, economia ou prejuízo para as companhias aéreas e para a aviação geral. O avião deixou de bser um transporte somente de pessoas a passeio e transformou-se no mais importante meio de transporte. Sabe-se hoje que as crises do setor aéreo podem afetar a vida política, comercial e social de um país. Recentemente, após a crise e os desastres ocorridos, a sociedade pode conferir a importância do controlador de tráfego aéreo.

Diferentemente de outros profissionais, o controlador de tráfego aéreo não pode ser facilmente alocado de uma área de trabalho para outra. Para isso são necessários meses de treinamento e adaptação a fim de obter o nível adequado de operacionalidade na nova localidade. A atividade é tão complexa que é dividida em cinco áreas:

Centro de Controle de Área;

Controle de Aproximação;

Torre de Controle;

Busca e Salvamento; e
Defesa Aérea.

Mesmo após formado, o controlador que for alocado de uma aérea para outra ou de uma localidade para outra dentro da mesma área de atuação precisa passar por meses de estágio operacional a fim de tornar-se capaz de realizar o serviço.

Como funciona o controle de tráfego aéreo?

O controle sobre aviões e helicópteros começa antes mesmo do embarque e só se encerra quando a luz de apertar os cintos se apaga. Entre esses dois momentos, cada aeronave é acompanhada constantemente por pelo menos um controlador de tráfego, que pode ter sob sua responsabilidade até sete aeronaves simultaneamente e, portanto, centenas de vidas. "Mas para a gente não importa se um avião leva 1 ou 300 pessoas. As aeronaves têm a mesma importância", diz o tenente Bruno Pinto Barbosa, chefe do Centro de Controle de Aproximação de São Paulo. Para auxiliar os controladores, existem sistemas de meteorologia e telecomunicação, radares e computadores. Toda transmissão é duplicada para cobrir possíveis falhas. Afinal, qualquer segundo de cegueira do controle aéreo pode aumentar a probabilidade de uma tragédia como a do vôo 1907 da Gol, que matou 154 passageiros no ano passado.

Ases domáveis

Toda aeronave passa por três níveis de controle entre a decolagem e o pouso:

1. Antes de embarcar, o piloto faz o plano de vôo. É um documento com dados sobre a aeronave, os locais de partida e chegada, horas previstas de pouso e decolagem, rota, altitude e velocidade etc. Os dados vão para a central de controle de tráfego aéreo, que analisa o plano e faz os ajustes necessários

2. Já na cabine, o piloto se comunica com a torre pela primeira vez. Ele é atendido pelo controlador de clearance, que checa todos os detalhes do plano de vôo, comunica as alterações feitas pela central e, no final, passa o código de transponder da aeronave - uma espécie de RG no espaço aéreo
3. Já com o código de transponder, o piloto fala com o controlador de solo, que também fica na torre do aeroporto. Ele observa a pista para verificar se o caminho está livre e autoriza o pushback: um trator empurra o avião (que não tem marcha à ré), deixando-o na direção da pista

4. O piloto liga o motor, segue até uma linha na cabeceira da pista, pára e entra em contato com um terceiro controlador na torre para pedir autorização para decolagem. Essa pessoa precisa garantir que entre cada pouso e decolagem haja um tempo mínimo de segurança, entre 100 e 120 segundos

5. A cerca de 10 quilômetros do aeroporto, o avião perde contato visual com a torre e passa a ser controlado pelo radar do chamado Controle de Aproximação ou APP (de APProach, "aproximação" em inglês). O de São Paulo, por exemplo, controla diariamente 1 500 pousos e decolagens, cobrindo uma área de cerca de 200 quilômetros de diâmetro

6. A função dos controladores do APP é garantir uma distância mínima entre os aviões nas proximidades do aeroporto. Em algumas situações eles podem até "dirigir" o avião, indicando pelo rádio as coordenadas, a velocidade e a altitude que o piloto deve adotar para não bater em outra aeronave

7. Quando sai da área do APP, a aeronave entra no espaço do Controle de Área, ou ACC (Area Control Center). No Brasil, esse controle é feito por quatro centros, conhecidos como Cindactas, formados por vários radares cada um. Através deles, os controladores verificam se as aeronaves seguem seu plano de vôo corretamente

8. Quando uma aeronave se aproxima de um aeroporto, sai do controle dos Cindactas e entra em contato com os controladores do APP do aeroporto em que vai pousar. E segue o caminho inverso do que fez na decolagem: primeiro APP, depois entra em contato com a torre do aeroporto.

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